Lesões Musculares dos Isquiotibiais
As lesões musculares são as lesões mais comuns no Desporto, sendo que, por exemplo no Futebol, representam cerca de 45% do total de lesões.
Neste contexto, a lesão dos isquiotibiais é a mais comum, sendo o bicípete femoral o músculo mais frequentemente lesado. Os isquiotibiais dividem-se em bicípete femoral, semitendinoso e semimembranoso. A sua função muscular é de flexão do joelho e extensão da anca.
Existem várias classificações para as lesões musculares. A classificação da British Athletics Muscle Injury divide as lesões musculares pela extensão da lesão (grau 0 a 4) e pelo local da mesma (a, b e c). Assim, temos:
- Grau 0: resultado clínico positivo, resultado imagiológico negativo:
- Grau 0a: lesão miofascial com foco neuromuscular lesional;
- Grau 0b: lesão miotendinosa com foco neuromuscular lesional.
- Grau 1: lesão muscular de pequena dimensão (menos de 10% do músculo ou menos de 5cm longitudinais):
- Grau 1a: lesão miofascial de pequena dimensão;
- Grau 1b: lesão na junção miotendinosa de pequena dimensão.
- Grau 2: lesão muscular de média dimensão (entre os 10% e os 50% ou entre 5cm e 15cm longitudinais):
- Grau2a: lesão miofascial ou no ventre muscular de média dimensão;
- Grau 2b: lesão na junção miotendinosa de média dimensão;
- Grau 2c: lesão tendinosa inferior a 50% ou 5cm longitudinais.
- Grau 3: lesão muscular severa (mais de 50% do músculo ou mais de 15cm longitudinais):
- Grau 3a: lesão miofascial ou no ventre muscular de grande dimensão;
- Grau 3b: lesão na junção miotendinosa de grande dimensão;
- Grau 3c: lesão tendinosa superior a 50% ou superior a 5cm.
- Grau 4: lesão muscular completa (100%):
- Grau 4c: lesão tendinosa completa ou avulsão.
Causas e fatores de risco
A maioria deste tipo de lesões ocorre durante o sprint. Como tal, é percetível que seja mais comum em desportos que envolvam aceleração, desaceleração e mudança de direção de forma repetida.
Os fatores de risco das lesões musculares são: lesão anterior, composição e arquitetura muscular, idade e raça (fatores não modificáveis) e comprimento do músculo, desequilíbrios musculares, fadiga, lesão lombar associada, défice de aquecimento pré-exercício, défice de flexibilidade e tensão muscular aumentada (fatores modificáveis).
Tratamento
A reabilitação é variável consoante o grau de lesão e o local da mesma e pode ser dividida em várias fases. Numa fase aguda, a aplicação do gelo e compressão é aconselhada, juntamente com terapia manual ao longo de uma sessão de fisioterapia. Numa fase sub-aguda, deve-se introduzir os exercícios isométricos e excêntricos leves, não descuidando a terapia manual, a diatermia (TECAR) e TENS (eletroterapia). Quando não houver dor à contração excêntrica e à palpação, deve-se introduzir então o treino de força máxima com foco na fase excêntrica do exercício. Assim que os sintomas desaparecerem e os testes de força muscular, muitas vezes com apoio de uma avaliação isocinética, indicarem valores de défices inferiores a 20%, é altura de se introduzir a corrida e, depois do trabalho de ginásio e de campo especializado estiver concluído, é altura de fazer o retorno à prática desportiva, através de um programa personalizado.
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